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Mudei meu sistema de cadernos

Eu sei que no último post falei sobre o que eu pretendia usar em 2026. Mas, por aqui, tudo pode mudar sempre. Na verdade, aceitei que eu gosto de cadernos e posso brincar com eles. Desta vez, resolvi testar algo que venho querendo experimentar faz tempo: usar apenas um caderno para tudo. Vai dar certo? Não sei, mas o mais legal é que eu sempre posso voltar ao ponto de partida.

Para esse projeto, resolvi usar o Caderno Criativo da Cicero tamanho A5. Aproveitei a promoção de Black Friday. Quero concentrar todas as anotações nele. Isso não quer dizer que eu não use os outros. 


Review do Caderno Criativo da Cicero

O caderno veio com folhas pautadas e pontadas (pontilhadas). Não gostei do papel, apesar de ser pólen. Não gostei da cor, nem da gramatura. Achei a folha rígida, pois tem 80g de gramatura. Ainda prefiro o Chamex marfim de 75g (a Chamex precisa me notar porque estou espalhando a palavra dela por aí). Ponto positivo: o caderno veio com um cheirinho muito bom! Outro ponto negativo: veio com um pequeno ponto de ferrugem na ferragem, apesar de ter vindo lacrado. Vai ficar assim. Não tenho paciência para devolução e o processo que envolve isso.

Apesar de não ter gostado das folhas, tirei uma quantidade delas e troquei por folhas marfim e de papel brochura que tenho aqui. Se não fizesse isso, talvez eu não conseguisse utilizá-lo. Colei algumas coisas para decorá-lo, cortei uma pasta L para fazer um bolso plástico para carregar coisinhas. Fiz um vision board e imprimi alguns inserts para usar na parte da agenda/ Diário. Os inserts são do seguinte sites:

Como método, eu uso o bullet journal com pequenas alterações. Por isso, fiz o future log (Log do futuro) e já fui colocando coisas já programadas para 2026. Não sei se uso apenas a visão do mês em forma de calendário, se uso o calendário como fazemos no bujo. Provavelmente, usarei os dois (geralmente, faço assim). Incluí, ainda, a visão semanal, apesar de não ter muitas coisas acontecendo para além do mestrado. Inclusive, registro aqui que preciso me dedicar à escrita da dissertação.

Além da parte da agenda/Bullet Journal, tem a parte do mestrado e, por último, Leituras. Na aba do mestrado, anoto ideias, recomendações de leituras, faço fichamentos e as reuniões com a orientadora. Na parte das leituras, a ideia é anotar numa folha, em forma de lista, as leituras de 2026 e fazer (voltar a fazer) um diário de leitura que depois será transportado para o caderno de leituras.

Bem mostrei mais ou menos isso no vídeo em que mostro como configurei o caderno criativo da Cicero.

Como organizo as minhas anotações

Estou sempre mudando a forma como faço anotações. Vivo numa gangorra: quero concentrar as anotações em um único lugar, mas, ao mesmo tempo, quero usar cadernos diferentes. Essa indecisão foi agravada depois de ter cursado a disciplina “Estudo de acervos documentais”. Sinto que entrei numa obsessão de anotar já pensando em como vou arquivar tudo isso e como isso será lido (se é que será) quando eu morrer. Neste texto vou me concentrar nas anotações de aulas.


Até aqui, estou no 3º de 4º semestres do mestrado, usei cadernos de diferentes tamanhos e, atualmente, estou utilizando folhas sulfite para fazer as anotações das aulas. Quero muito ter tudo num único lugar. Tudo. Ou seja, um caderno de tudo que não é um commonplace Book.


Como disse no início do texto, minha ideia é ter tudo em único lugar. Na prática, eu usaria um fichário/ caderno argolado no tamanho A5 e estipularia um período para retirar as anotações e distribuí-las nos fichários temáticos. Os temas/assuntos, no meu caso, são:


  • diário

  • agenda

  • planner

  • aula

  • diário de pesquisa

  • fichamento textos para dissertação

  • palestras, eventos

  • leituras

  • blog e newsletter

  • estudo autodidata

meus cadernos


Ao invés de cadernos temáticos, posso usar um caderno por ano, exceto para as coisas da dissertação ou o diário?😂 


Tenho 03 cadernos argolados/ fichários, mas todos são no tamanho colegial (16 x 24 cm aprox) que acaba ficando grande. Preciso, inicialmente, um A5 (14 X 21 cm aprox.).


Neste caso, não perco as anotações que estão no tamanho A5 ou mesmo as folhas sulfite. Posso furá-las e encaixar nesse fichário A5. Mas, como você já sabe, por aqui tudo pode mudar a qualquer momento. Acabei comprando o caderno criativo da Cicero. Aproveitei que estava com desconto de Black Friday.


Se você chegou até aqui, deixe um comentário sobre como você organiza (ou não) as suas anotações.

Como fazer um caderno de leituras

 Há alguns anos, fiz um caderno de leituras e foi o prazer de preenchê-lo que me motivou a ler todos os dias. Assistindo ao vídeo sobre o caderno de leituras da Tatiana Feltrin sobre caderno de leituras dela, resolvi copiar a ideia.  Infelizmente, não sei aonde foi parar esse caderno. Para fazer o caderno, usei uma agenda antiga sem uso. Colei um papel de presente bonitinho na capa e foi isso. O caderno tinha as seguintes divisórias:

  • Livros que quero ler;
  • Livros lidos;
  • Livros novos;
  • Diário de leitura.
Não me recordo se havia uma parte para projetos de leitura.

A parte mais importante era a do diário. Vamos supor que eu fosse começar a ler o 3º volume dos diários de Virginia Woolf e que eu quisesse fazer essa leitura em 30 dias, ou seja, um mês. Primeiro, preciso ver o total de páginas preciso ler por dia. 

1 - Para isso, considero apenas o diário de Woolf, ou seja, prefácio, nota da tradutora (Ana Carolina Mesquita) e qualquer texto que não seja o diário em si.
526-24 = 502 páginas.

2 - Calculo quantas páginas preciso ler por dia para completar a leitura em 30 dias. 
502 ÷ 30 = 17 páginas, aproximadamente.

Vamos supor que hoje, comecei a leitura na página 86 e li apenas 10 páginas. No caderno, anoto:
17/11 - Diário de Virginia Woolf até página 76.
Portanto, amanhã, dia 18/11, tenho que ler 17 + 7, ou seja, 24 páginas.

Não sei se ficou claro. Passei quase um ano fazendo isso até que ler todos os dias se tornou algo normal e até necessário para mim. Mesmo com a mais insana das enxaquecas, leio nem que seja um parágrafo por dia. Lembrando que ninguém é obrigado a nada, ok?

Mas agora, voltando à versão atual do meu caderno de leituras

Eu tenho um caderno argolado da linha Cotton da Ótima Gráfica que comprei há um tempo e estava com pena de usar. Há alguns dias me ocorreu que eu poderia usá-lo como caderno de leituras. Assim, ele me acompanharia durante toda a vida. Diga se esse caderno não é lindo? Ele tem o tamanho colegial, ou seja, 17 X 24 cm, capa em tecido. Não é lindo?!

caderno argolado Otima Grafica
caderno argolado Otima Grafica

Mais uma vez, a ideia não é minha. Circulou pelo Instagram o caso de um senhor que faleceu e deixou um caderno com todas as leituras que ele fez (e registrou) na vida. Resolvi copiá-lo.
Configurei meu caderno de leitura da seguinte forma:
  • Livros Lidos;
  • Livros novos;
  • Releituras;
  • Notas;
  • Projetos de leituras.
Acho que a única sessão que preciso explicar é a de notas, certo?

A ideia não é fazer textos longos, resenhas críticas, mas captar o que aquela leitura me causou. Essa ideia está comigo desde que estive no evento Literatura Inglesa Brasil que ocorreu em agosto de 2025 na UERJ. Em uma das mesas, o mediador perguntou aos apresentadores qual foi a primeira impressão, o que sentiram ao lerem Mrs. Dalloway de Virginia Woolf pela primeira vez. Eu tentei resgatar esse momento, esse sentimento. A única coisa que lembro é que eu me desafiei a lê-lo porque todo mundo dizia que era um livro difícil, e que ao lê-lo não senti dificuldade de compreender a obra. Também lembrei de uma aula de historiografia na qual o professor retomou um trecho de Escrever a leitura de Roland Barthes no livro O rumor da língua:
Nunca lhe aconteceu, ao ler um livro, interromper com frequência a leitura, não por desinteresse, mas, ao contrário, por afluxo de ideias, excitações, associações? Numa palavra, nunca lhe aconteceu ler levantando a cabeça? (BARTHES, 2004, p.26)
Ou seja, nas notas de leitura quero anotar o que penso quando um livro me faz levantar a cabeça e reler esse relato anos depois. Eu comecei a fazer isso no meu diário íntimo, mas é muito mais fácil achar num caderno específico. Eu sei que você deve estar pensando: por que não faço isso no digital? Porque quero sair um pouco do digital. A gente já passa tanto tempo em frente a telas. Além disso, é uma desculpa para usar mais cadernos. E eu já fiz isso no digital. Tanto no Notion quanto no Capacities. Você pode assistir o vídeo em que mostro como cataloguei a minha biblioteca. Mas, para resgatar as leituras desde 2014, precisei recorrer ao Skoob (não uso mais, mas o registro está lá) e ao Goodreads (ainda uso).

Depois eu volto para contar como está o caderno.